Faiança egípcia Índice Introdução | Notas | Referências | Menu de navegaçãoFaiança egípciaexpandindo-o
FaiançaArte do Antigo Egito
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Faiança egípcia é um material cerâmico não-argiloso, de superfície vítrea que lhe confere uma gama de cores vivas entre o azul e o verde. Não sendo composta por argila, nem sempre é classificada como olaria.[1] É designada por Faiança egípcia de modo a distingui-la da faiança esmaltada associada à cidade de Faenza no norte de Itália. A faiança egípcia, tanto a exportada do Egipto como a produzida noutros locais, é um fenómeno recorrente na antiguidade na Mesopotâmia, no Mediterrâneo e na Europa do norte em locais tão remotos como a Escócia.[2][3]
Índice
1 Introdução
1.1 Relação com a indústria de cobre egípcia
1.2 Relação com a indústria de vidro egípcia
2 Notas
3 Referências
Introdução |
Os registos arqueológicos do Antigo Egipto mostram que as preferências de cores do esmalte variavam entre tonalidades azuis e verdes. Esmaltada nestas cores, a faiança era tida como um substituto de outros materiais como a turquesa, proveniente da península do Sinai, e lapis lazuli do Afeganistão.[2] Foram encontradas pedras de talco esmaltadas e missangas de faiança, em conjunto com estas pedras semi-preciosas, em monumentos tão antigos como os túmulos pré-dinásticos em Nacada, Badar, el-Amrah, Matmar, Harageh, Avadiyedh e El-Gerzeh.[4] A associação da faiança com a turquesa e lapis lazuli é ainda mais evidente no papiro funerário de Quennou, onde oferece o título de supervisor da criação de faiança, e no qual usa a palavra que, sem sentido rigoroso, se traduz por lapis lazuli, que por volta do Novo Império era já usada para se referir à faiança 'substituta'.[2] O simbolismo contido no esmalte azul poderia ser uma referência tanto ao Nilo, às águas do paraíso ou à morada dos Deuses, enquanto que o verde podia possivelmente evocar a imaginária da regeneração, renascimento ou vegetação.[5]
Relação com a indústria de cobre egípcia |
A descoberta da esmaltagem da faiança tem sido associada com a indústria do cobre: na produção de pigmentos encontram-se produtos derivados da corrosão de objectos de cobre com presença de chumbo.[6] Contudo, embora seja elevada a probabilidade de cristais esmaltados de quartzo terem surgido acidentalmente em vestígios de cobre em fornos metalúrgicos, as regiões em que estes processos têm origem não são coincidentes.[7]
Relação com a indústria de vidro egípcia |
Embora pareça que o vidro não terá sido produzido intencionalmente no Egipto antes da XVIII dinastia, é provável que a faiança, o frite e o vidro tenham sido produzidos ou nas proximidades ou dentro do mesmo complexo oficinal, vistos como avanço técnico dentro da mesma indústria.[8] Tal relação de proximidade é verificada na semelhança pronunciada das fórmulas de esmalte de faiança com as composições contemporâneas de vidro.[9] Apesar das diferenças pirotecnológicas entre vidro e faiança, sendo a última trabalhada a frio, provas arqueológicas sugerem que durante o Império Novo a produção de vidro e faiança era realizada mesma oficina.[2]
Notas |
↑ Alguns dicionários possuem definições de olaria que especificam o uso de argila. No entanto, é normalmente incluída em temas sobre cerâmica, e incluída em inventários de olaria, apesar das diferenças técnicas.
↑ abcd Nicholson and Peltenburg 2000.
↑ Stone and Thomas 1956. The Use and Distribution of Faience in the Ancient East and Prehistoric Europe, Proceedings of the Prehistoric Society, London 22, 37–84.–142.
↑ Nicholson 1998. Nicholson, P.T.1993. Egyptian faience and glass. Aylesbury: Shire- Egyptology.137–142.
↑ Friedman, F.D. (ed.). 1998. Gifts of the Nile-ancient Egyptian faience. London: Thames and Hudson. 177-194.137–142.
↑ Kaczamrcyz, A. and Hedges. R.E.M. 1983. Ancient Egyptian Faience. Warminster: Aris and Phillips.137–142.
↑ Petrie, W. M. F.1909. Memphis I, London: British School of Archeology in Egypt.137–142.
↑ Nicholson 1998. Nicholson, P.T.1993.
↑ Kaczamrcyz, A. and Hedges. R.E.M. 1983
Referências |
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- Boyce, A. 1989. Notes on the manufacture and use of faience rings at Amarna. In: Kemp, B.J. Amarna Reports V. London: Egypt Exploration Society. 160-168.
- Brill, R.H. 1999. Chemical Analyses of Early Glasses: Volume 1 (tables) and Volume 2 (catalogue), Corning, NY: Corning Museum of Glass,
- Dayton, J.E. Minerals, Metals, Glazing and Man. Edinburgh: Harrap Publishers. 1978.
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- Lucas, A. and Harris, J. R., 1962, Ancient Egyptian materials and industries. London: Edward Arnold.
- Kaczmarczyk, A. and Hedges. R.E.M. 1983. Ancient Egyptian Faience. Warminster: Aris and Phillips.
- Kiefer, C. and Allibert, A. 2007. Pharanoic Blue Ceramics: the Process of Self-glazing. Archaeology 24, 107-117.
- Kiefer, C. 1968. Les céramiques blues, pharanoiques et leur procédé révolutionnaire d'emaillage. Industrie Céramique. May 395-402.
- Kühne, K. 1974 "Frühgeschichtliche Werkstoffe auf Silikatischer Basis", Das Altertum 20, 67-80
- Nicholson, P.T.1993. Egyptian faience and glass. Aylesbury: Shire- Egyptology.
- Nicholson, P.T. and Peltenburg, E. 2000. Egyptian faience. In: Nicholson, P.T. and Shaw, I. Ancient Egyptian Materials and Technology. Cambridge: Cambridge University Press, 177-194.
- Noble, J. V. 1969. The technique of Egyptian faience. American Journal of Archaeology 73, 435-439.
- Shortland, A.J. and Tite M.S. 2005. A technological study of Ptolemaic – early roman faience from Memphis, Egypt Archaeometry 47/1, 31–46.
- Stone, J. F. S. and Thomas, L. C. 1956. The Use and Distribution of Faience in the Ancient East and Prehistoric Europe, Proceedings of the Prehistoric Society, London 22, 37–84.
- Stocks, D.A.1997. Derivation of ancient Egyptian faience core and glaze materials. Antiquity 71/271, 179-182.
- Petrie, W. M. F.1909. Memphis I, London: British School of Archeology in Egypt.
- Tite, M.S. and Bimson, M. 1986. Faience: an investigation of the microstructures associated with the different methods of glazing, Archaeometry 28, 69–78.
- Tite, M.S., Freestone I.C. and Bimson. M. 1983. Egyptian faience: an investigation of the methods of production, Archaeometry 25, 17–27.
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- Vandiver, P. and Kingery, W.D. 1987. Egyptian Faience: the first high-tech ceramic. In Kingery, W.D. ed., Ceramics and Civilisation 3, Columbus OH: American Ceramic Society, 19-34.
- Verges, F.B. 1992. Bleus Egyptiennes. Paris: Louvain
- Wulff, H. E., Wulff, H. S. and Koch, L., 1968. Egyptian faience - a possible survival in Iran. Archeology 21, 98-107.
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